sexta-feira, 27 de maio de 2011

o que as palavras não dizem...

E esse vazio que ninguém dá jeito, que ninguém conserta?
Quebrada. É exatamente como eu me sinto. Sem opção de que caminho realmente seguir. Minha escolha serve de alguma coisa, na verdade? Me sinto em uma prisão invisível, que só o que me impede de tomar as próprias decisões é esse bloqueio que sofro cada vez que tento me aproximar do que seria minha liberdade. Sou vítima da contradição. Agir em favor da liberdade de alguém não seria ao mesmo tempo sufocar a escolha dessa pessoa?
E talvez a parte mais difícil seja a que eu tenho que esconder e camuflar o que realmente quero e me esforçar para gostar de algo que não se encaixa - mesmo que eu tente- comigo. Porque a decisão de agir contra isso seria o mesmo que causar a decepção para a única pessoa que eu não poderia. Então por isso eu luto, luto contra meu próprio desejo, contra minha própria vontade...é preferível que eu me magoe do que fazer algo que magoe ele.
E assim eu vou seguindo...escondendo o choro, disfarçando meu fracasso interno e expondo um sorriso toda vez que sou perguntada sobre a escolha.Quem sabe algum dia me convença do fingimento...

sábado, 18 de dezembro de 2010

"oi lindeza"





"Oi lindeza".Recebo essa mensagem há quase 10 meses e ela nunca havia feito tanta diferença na minha vida quanto agora.Devo admitir que logo nos primeiros meses, eu a ignorava por completo.Talvez por ainda estar em uma relação unilateral de dependência sentimental que nutria em mim apenas falsas esperança e fechava meus olhos para qualquer nova experiência sentimental.Mas penso que tudo acontece no seu tempo certo.Talvez aquele só não fosse o meu.Ainda.

Foi então que respostas minhas rápidas e desinteressadas deram lugar ao entusiasmo e ansiedade de uma nova conversa.Deixei de apenas responder, passei a perguntar.A curiosidade invadia cada canto do que ele escrevia.Ele sempre conseguia me deixar feliz.E com muito pouco.Me acostumei com nossas conversas reincidentes.E de modo bem singelo, sempre conseguia me surpreender.E apesar das inúmeras diferenças que existiam, e devo ressaltar que ainda existem, parecia que de algum modo elas desapareciam quando a conversa fluia.

Não sei em que momento exato essa frase passou a surti efeito em mim totalmente contrário ao inicial, só sei que foi inesperado e agora sinto falta de cada conversa que não tenho com ele.Talvez isso seja gostar.E sendo, me restam agora muitas dúvidas que o tempo e especialmente a distância não contribuem para sanar.E então a espera torna-se o único modo de buscar num futuro próximo a resposta pra todas as minhas inquietações.E assim, mais uma vez, esperar que seja tão especial pra ele quanto pra mim.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Às vezes não percebemos a mudança que mais afeta as nossas vidas: nossas próprias mudanças.O tempo passa e perdemos a noção de quem éramos e de quem somos agora.Eu posso dizer que amadureci muito se comparar o meu eu de hoje com o de uns três anos atrás.Tanto que pela primeira vez eu tive certeza de quem realmente gosto.(tá,pra muitos isso pode significar nada.Mas pra quem me conhece mesmo, sabe o quanto isso é uma evolução!)Embora saiba que essa descoberta tenha provocado estragos irremediáveis aos sentimentos de outras pessoas.O pior é que provavelmente nunca terei a oportunidade de ter uma conversa franca com uma pessoa em especial, e quase numa tentativa desesperada de contornar essa situação, é que escrevo aqui.
Não me orgulho em dizer isso, e se de alguma forma eu pudesse ajeitar, eu sei que faria o certo contigo dessa vez e você poderia enfim me fazer feliz, como eu nunca duvidei que pudesse.Mas,perdoe-me você, minha imaturidade não permitiu ter sossego sentimental e me pôs nesse masoquismo ao nutrir a falsa ideia que poderia ser bem diferente ao não estar contigo.Mas foi como você disse, como você sempre disse.Eu errei, e tenho a plena noção de que não poderei usar como desculpa meu primeiro erro, pois cometo esses erros antes mesmo de oficializarmos alguma coisa.
Revivendo o passado na minha cabeça, relembro com detalhe cada palavra seca que eu disse e cada sorriso que você me dava em troca.
Me deixei levar pelos motivos errados e acabei esquecendo que havia sentimentos entrelaçados em cada escolha que eu fizesse e cada atitude que eu tomasse.Preferi ir atrás do que eu julgava ser a minha verdade, a minha luz no fim do túnel.Feita minha escolha, me deparei com um filme na minha cabeça com todos os conselhos que tivera recebido ao longo desse tempo- e que havia ignorado- se concretizando à cada passo que eu dava em direção à essa falsa esperança.E mais uma vez,um tanto quanto clichê, meu erro foi previsível.E embora quisesse ser forte e orgulhosa o suficiente, não pude evitar dizer que estavam todos certos, inclusive você.
Enfim, queria ter a oportunidade de algum dia, poder falar tudo que eu penso sobre isso e realmente ser perdoada.E talvez ainda admitir que sinto deveras sua falta!Pena que minha sinceridade neste exato momento, de muito não valerá.

confissões de uma frustração

Releitura do texto já postado do dia 16 de agosto de 2010:

12/08 Comentário: "Sinto falta dele.É uma saudade que quase anuncia o não voltar definitivo.Embora ainda assim permaneça com a mesma tortuosa esperança de que com um novo dia,uma nova oportunidade ressurge!"


14/08 Pedi sinceridade.Recebi indiferença.
Hoje não poderia ter sido mais frustrante.Primeiro àquela pessoa por quem meu coração INSISTE em bater mais forte - involuntariamente,lógico - pergunta se vou ao shopping.Respondo sem ilusão que sim.Faz outra pergunta, agora buscando saber quem vai.Respondo novamente sem ilusão.E, querendo enfatizar minha resposta, volta a perguntar se eu vou.Ok.Poderia ter sido apenas uma simples pergunta de frequência.Tentei não alarmar.
Ainda nem havia chegado lá e a tal pessoa me liga, dizendo que já tinha chegado.Espera um pouco.Ele já estava lá?Quase sempre ele não aparece nos locais em que eu estou, mesmo confirmando presença.Minha anteninha suspeitou.Cheguei,cumprimentei-até aí tudo normal.Até que o dito cujo começou a puxar brincadeiras comigo do tipo que você faz com um fundo de interesse na pessoa.Nesse momento, meu coração não aguentou mais.Começou a saltitar de alegria por dentro e eu tentei conter isso, não transparecendo que uma festa tinha dominado todo o meu corpo.Como se não bastasse, ele começa a escutar a música tema do tempo que eu ainda poderia dizer que havia "nós".OK, CHEGA NÉ?Eu precisava de mais provas que ele estava ali apenas por uma razão?É, na verdade precisei depois.Entramos na sala de cinema,sentamos um do lado do outro e...tchan tchan tchan tchan: NADA.Absolutamente nada.Não consegui esquecer minha frustração nem mesmo com o filme, que por sinal, era a única coisa boa naquela hora.Fala sério!Qualquer pessoa com sanidade mental intacta faria a mesma interpretação que eu.
O pior foi tentar disfarça toda essa reviravolta de sentimentos que borbulhavam e me mostravam que talvez eu não estivesse preparada pra um novo reencontro, pra uma possível nova decepção.Só que ainda tento entender o que o leva a fazer tudo isso, se na verdade ele não sente mais nada.Ou sente, sei lá.É tão fácil criar novas expectativas à cada gesto não pensado ou, maquiavelicamente pensado.E ao mesmo tempo, tão difícil esperar por algo que parece possível apenas para mim.


15/08 Acordei com ressaca moral.Analisar o trágico fim que tive foi uma opção quase irrefutável.Por um lado, senti que não ter acontecido nada,foi bom.Por outro,me senti frustramente iludida, procurando boas razões para não desabar.Não desabei.Ainda que tenha passado o dia inteiro com o episódio na cabeça, martelando diversas vezes, na expectativa de que lá no fundo, eu achasse meu orgulho escondido.Pobre de mim.
Todas as minhas tentativas foram em vão depois que cedi ao meu pensamento persuasivo de mandar uma mensagem para ele.Tenho uma mente traidora,admito.Acho que fiz isso na esperança de ao menos restar amizade.Ou melhor, camuflando o verdadeiro motivo de ter mandado: renovar minhas esperanças para continuar esperando,caso ele respondesse.Ele não respondeu.E novamente, triste fim o meu.



17/08 *$#@@%())&%$E@@#$%¨&*()!! [palavrões removidos devido o horário]Ainda me surpreendo com a sacanagem de certas pessoas.Mas como um dia vai e outro vem,ainda me darei a chance de testar um belo bofetão de novela mexicana e dizer isso pessoalmente: "no ápice da sua inutilidade, você ainda serve como corno. Sinceramente, pra um banana como você, é até um merecimento."Guardem minhas palavras.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

desabafos diários.

13/10

tudo parece tão mais complexo agora.Deparo-me com o nada circundado de opções que traçam meu destino e parecem convergir para a mesma direção.É como se nada mais fizesse sentido, como se nada mais importasse.E realmente importa?
A dor das lágrimas que tive marcam tanto quanto as feridas invisíveis do que já passou.A efemeridade das coisas me assusta(...)
A cada batida sinto que perdi momentos preciosos do meu tempo e a cada vez que penso que tempo algum tenho, ele se esgota com brevidades que nada mais acrescentam em minha vida.Me encontro quase sempre só agora, em busca do que muitos parecem ignorar.Muitas vezes são coisas que parecem não fazer sentido nenhum...até pra mim.Talvez existir nem precise de sentido.Mas apenas sinto falta do que passou e tento me acostumar com o que nunca voltará.Talvez por isso alguns momentos,lembranças, sejam tão preciosos: pelo simples fato de que a repetição é impossível.Cada momento é único, exclusivo. Quem sabe esse seja um motivo plausível que justifique meu apêgo constante ao passado- essa página que prezo para manter-se permanente.Nem que seja na memória.

17/10
Sinto que boa parte do que eu achava que era fazia parte apenas da caracterização do que eu já quis ser.Não me sinto completa,nem sinto que agora algo teria essa capacidade.O que me falta? Quero sentir que alguma coisa é de verdade em tudo que eu já vivi, que insite em permanecer em linhas tortuosas do que escrevo.Sinto falta de muita coisa, de pessoas que realmente me faziam feliz, da simplicidade da vida, da humildade das amizades, dos carinhos à troco de nada... Meras e tão importantes peças do quebra-cabeça que se perderam nessa transitoriedade do tempo.E mais que isso, sinto falta de mim.Tenho medo de ter me transformado no que sempre repulsei.

Às vezes não faço sentido nem pra mim.É isso.

sábado, 21 de agosto de 2010

destino: qualquer lugar.

Já começei o dia com um susto.Meu despertador por algum motivo desconhecido não tocou, e eu só acordei porque desenvolvi uma mania zumbi de ficar olhando a hora, que inclusive, já estava marcando 6:45 da manhã.
Levantei com um pulo e ainda pensei que dava tempo pra chegar no primeiro horário.Desisti logo que vi que não.Então já que entraria só no próximo,me arrumei da forma mais vagarosa possível.Fiquei pronta, titia não.Saí de casa atrasada,peguei um engarrafamento no retorno, e quando finalmente cheguei na escola,os portões já estavam fechados.Corri pra alcançar o tio que ficava no portão, que só deixou eu entrar porque viu na minha cara um certo desespero.Corri de novo, ninguém nos corredores.Passei sem a coordenadora me ver, o que não adiantou muita coisa, já que o professor já estava dando aula.Então tentei entrar da forma mais discreta possível,mas foi só a porta abrir, que a galera gritou meu nome.Ó messa.Fui sentar o quanto antes pra esquecerem a hora que eu cheguei.Esqueceram,pra minha sorte.
O outro horário foi vago para o lanche, já que no próximo seria a segunda etapa do simuladão da UNB.Aproveitei pra marcar direitinho com os meninos sobre o "tour" de ônibus depois da prova.
Terminei a prova, desci pra pegar o ônibus com os meninos.No meio do caminho, passa o ônibus, a gente sai correndo enquanto o resto da galera que já estava lá, segura pro cara não ir embora.Não precisou proferirem nenhuma palavra,o rosto dos passageiros era só de ódio olhando pra gente.Ainda bateu o desespero de não ter crédito suficiente na carteira pra voltar pra escola.Sorte outra vez:eu tinha.
Descemos na parada oposta,atravessamos a avenida quase que escondendo os rostos,afinal praticamente todos estavam indo sem os pais saberem, inclusive eu.
Batemos perna e sentamos pra tomar um sorvete.Pra nossa infelicidade,tava R$1,50. D:
Juntamos todas as moedas que tínhamos no balcão e passamos uma meia hora analisando como faríamos pra pagar a passagem de volta e comprar três sorvetes.Não adiantou muita coisa, o dinheiro só dava pra dois mesmo.Mas na hora de entregar, a moça botou conscientemente mais um de GRAÇA( Ô MOÇA, OBRIGAADO!).
Fomos para a parada, mas quando estávamos no meio do corredor,o ônibus passou.Saímos correndo,o que não adiantou muita coisa, porque o verdinho já estava lá do outro lado.Mas não demorou muito e chegou outro.A volta foi bem tranquila.Muito vento,brincadeiras e também algumas maravilhas da natureza para limpar a vista(se é que vocês me entendem...).
Desci com Celinha na parada da escola,que por sinal, tava vazia.Começamos subir a ladeira, mas vinha um cara bem suspeito descendo.O pior que não tinha ninguém por perto.Voltamos de uma forma nem um pouco discreta,e quanto mais o cara se aproximava,mais a gente acelerava.Até que o desespero bateu e começamos a correr.Mas na nossa frente, vinham dois caras, ainda mais suspeitos.Desespero bateu.
Olhamos para trás,e o outro ainda estava descendo.Não tinha jeito,o único lugar seguro, naquela hora, era a escola.Saímos correndo que nem duas doidas.Não tive coragem nem de olhar pra trás pra saber se o cara estava vindo atrás,só queria chegar o mais rápido que pudesse.CREDO!Nunca tinha percebido como aquela ladeira era comprida.Conseguimos chegar,embora suadas, com fome,e amarelas do susto.
Minha respiração ainda estava ofegante quando me deparei com Titia que já estava lá me esperando.Torci para que ela não tivesse me visto subir da parada.Me sequei,tentei melhorar a cara e fiz como se tivesse saído naquela hora da prova.Ufa,ela nem desconfiou.
[...]

Sei que são pequenas coisas,detalhes,passeios que,para muitos,são bobos.Mas também sei que são justamente esses em que tenho minhas maiores alegrias, porque estou com as melhores pessoas, independentemente do lugar.Posso ser feliz na festa, no shopping,no ônibus, na parada ou até mesmo no meio da rua.Pois a felicidade não está no lugar, na roupa,no dinheiro pra comprar o sorvete...a felicidade está em compartilhar momentos simples como esse, com pessoas simples como eles.

Bom, e é inevitável repetir que sentirei falta de vê-los todos os dias. Amo vocês.Demais.



p.s:Perdoem-me a falta de organização do texto, mas escrevi isso antes que os fatos embaraçassem na minha cabeça.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

d-menor

Estou à beira dos dezoito anos e continuo com as mesmas manias da pré-adolescência.Ainda gosto de rosa,provavelmente seja mais próxima das irmãs mais novas das minhas amigas,só ando descabelada,conto as piadas mais sem graça como se houvessem sido contadas pela primeira vez - e sorrio sozinha de todas; nunca aprendi a andar de salto, desconheço a maioria dos lugares que pessoas da minha idade frequentam, ainda escuto 'baba baby' da kelly key,pra mim,o melhor passeio de férias continua sendo o park, ando no centro só pra sair de casa e olhar gente diferente,compro na seção infantil,gravo meras datas de forma especial,anoto todas minhas besteiras num diário,perco minhas tardes brincando com meus irmãos,paquero da mesma maneira de quando perdi meu BV(ok,admito que não pisco mais),fico sem graça com facilidade-minha cara vermelha não deixa eu negar- ainda falo "saúde,paz,alegria e paixão" toda vez que espirro,acredito em boa parte do que me falam, mudo de ideia constantemente e meu humor varia de acordo com o tempo que eu durmo.
Pensei que chegaria aos dezoito com pose, estilo e pensamento de mulher.Continuo com a pose,estilo e pensamento de adolescente...mas com idade de mulher.